Ensaio
Rio de Janeiro - RJ
Andrej + Ana
Na fotografia, trabalhar nossas relações é um exercício. Saber se relacionar com o outro, se identificar com o outro, ter empatia, se conectar, deixar à vontade, deixar ser, reagir, desarmar-se e dar permissão para o outro se desarmar, deixar ser quem se é para que você possa ser quem você é.
Esse na foto é meu filho. Uma pessoa que sempre achei difícil fotografar. Sempre que pego a câmera ou o celular ele se transforma, fica agitado, faz caras e bocas... como um bom leonino. Entretanto, ele odeia ficar sem camisa, sem roupa na frente de alguém. É uma coisa dele. Daí esses dias assisti uma palestra com a Roberta e o Dan da Magnum Caravan Brazil e fiquei com mais vontade de investir nos meus projetos pessoais. E eu amo retratar pessoas. Pra mim é sempre um exercício de humanidade, se você deseja retratar a verdade de quem se fotografa. Fotografar quem se ama é ainda mais especial, visto que você está a criar um arquivo da vida dos seus, que vai te ser caro no futuro ainda mais do que agora. E, assim, resolvi me lançar nesse desafio de retratar mais as pessoas que amo. Retratar meu filho como ele é, relaxado, sem máscaras.
Ele estava acordando. Antes que ele se agitasse, peguei a câmera e fiquei preguiçando com ele, conversando, falando baixinho. A semi nudez não foi uma questão dessa vez, porque ele estava completamente desarmado. No final, entrei na cena, porque queria retratar esse pedacinho da nossa rotina. Nossas manhãs são assim, juntos, devagar, carinhosas, corporais.
E eu aprendi mais sobre me conectar com outro ser humano nesse exercício de ser quem sou com meu filho, sendo quem ele é.