Parto

Quer saber o que eu acho mais fantástico sobre o meu trabalho?

É que ele tem um papel social que considero muito forte. Através dele, as pessoas descobrem que parir pode ser bom, pode ser prazeroso, pode ser transformador, pode ser potente. Muitas pessoas descobrem que existe uma outra forma de parir com mais respeito e liberdade, com espaço para o subjetivo, para o deleite.

Meu trabalho é uma ferramenta de autoconhecimento e despertar. A fotografia tem esse poder de te fazer se olhar de fora e se ver sem pose, sem filtro, sem maquiagem, sem roupa, embebida em fluidos corporais, descabelada e selvagem e ainda assim se achar absolutamente linda.

A fotografia de parto nos autoriza a abrirmos mão do controle. Ela naturaliza a nudez, o grito, o choro, a vulnerabilidade, a liberdade, o instinto. Ela muda nossa visão sobre nós mesmas, na medida que nos mostra nossa força e nos faz sentir que somos capazes de qualquer coisa. Ela muda nossa visão de mundo, na medida que desloca nosso entendimento sobre coragem, força, beleza, cumplicidade, respeito.

Para muitas, o primeiro contato com uma forma mais respeitosa de parir é através da fotografia de parto. Perdi a conta de quantas mulheres já encaminhei nesses quase 12 anos de carreira.

E algumas histórias de parto têm esse poder de tocar muitas pessoas. As fotos e filme ganham o mundo e, quando eu menos espero, estão em revistas, entrevistas, congressos, cursos, treinamentos, rodas...

O nascimento do Erick está sendo assim. E eu agradeço demais por cada família que me permite publicar fotos de seus partos. Não só porque me ajuda a promover meu trabalho, mas especialmente porque ajudam muitas outras mulheres e pessoas gestantes.

Gratidão, Maria Fernanda, por tanta generosidade e tanta potência!

Local do parto: Hospital Pasteur

Equipe de enfermagem obstétrica: Amare Partejar

Doula: Daniella de Oliveira

Fotografia: Ana Kacurin