A amamentação na primeira hora de vida não precisa ser perfeita: é uma experiência! Esquece pega, posição correta, essa é a hora de experimentar! Deixar mãe e bebê viverem esse momento de vínculo tão intenso, facilitado pela cascata hormonal. Lambidinhas, o cheirinho, o toque pele a pele já funcionam lindamente para o corpo de ambos interpretarem o que precisam interpretar nesse momento. Se o bebê quiser sugar, tanto melhor! Mas não deve haver pressão.
Vejo muitos profissionais interferindo de forma incisiva nessa hora que deve ser leve, linda, sem expectativas. Seguram a cabeça do bebê contra a mama como se a mulher não fosse capaz de amamentar sozinha. A humanização incentiva a autonomia e o protagonismo no parto, mas ainda se faz necessário pensar em humanização em outras esferas periféricas ao parto. A intenção é ajudar, claro. Mas porque não acreditar na capacidade dessa mulher de entender o que seu corpo e o do bebê são capazes de fazer juntos? Me pergunto se muitos problemas de pega não são resultantes dessa interferência protocolar. Dessa forma, a intervenção, assim como no parto, deveria vir somente quando existisse necessidade ou quando a mulher solicitasse.
Te convido a pensar sobre isso: você não gostaria de tentar amamentar seu bebê sozinha na sua primeira hora de vida? Claro que você é livre para solicitar ajuda e é para isso que os profissionais estão ali, mas acredite no seu corpo e no seu bebê. E se você deseja viver esse momento sem interferência, escreva isso em seu plano de parto e converse com sua equipe.